A CONSTRUÇÃO DE UM PLURALISMO JURÍDICO A PARTIR DA PARTICIPAÇÃO E DAS NECESSIDADES DAS CAMADAS SOCIAIS HISTORICAMENTE EXCLUÍDAS DA BOLÍVIA

Mayara Helenna Verissimo Farias

Resumo


A formação dos Estados latino-americanos não tem origem em uma unidade nacional democraticamente constituída. Da mesma forma, o conhecimento jurídico latino-americano advém de uma construção histórica marcada pela homogeneização cultural e pela exclusão de determinados sujeitos sociais. Em contrapartida, alguns países andinos têm promulgado novas constituições decorrentes de processos marcados por intensa participação popular, com a proposta de remodelação estatal, inaugurando o Novo Constitucionalismo Latino Americano. A Constituição Política da Bolívia de 2009, a partir dos anseios coletivos, apresentou um novo projeto jurídico que, por meio do pluralismo jurídico comunitário participativo, construiu uma nova cultura jurídica, política e social.


Palavras-chave


Estado; América Latina; Pluralismo Jurídico Comunitário Participativo; Novo Constitucionalismo Latino-Americano; Bolívia.

Texto completo:

PDF

Referências


ALBÓ, Xavier. Datos de una encuesta: el perfil de los constituyentes. Tinkazos, La Paz, v. 11, n. 23-24, 2008, p. 49-64.

ALBÓ, Xavier; ROMERO, Carlos. Autonomías indígenas en la realidad boliviana y su nueva constitución. Vicepresidencia del Estado, Presidencia del Honorable Congreso Nacional: La Paz, 2009.

BOLIVIA. Constitución Política del Estado Plurinacional de Bolivia de 2009. La Paz: Vicepresidencia, 2009.

CORREAS, Óscar. La sociologia juridica. Um ensayo de definición. In: Crítica Jurídica, México, n. 12. 1993, p. 23-53.

______. Introducción a la crítica del derecho moderno. Méxixo: Editorial Fontamara, 2 ed. 2013.

DUSSEL, Enrique. 1492: o encobrimento do outro: a origem do mito da modernidade. Petrópolis: Vozes, 1993.

______. 20 Teses de política. Buenos Aires: CLACSO, 2007.

GARAVITO. César Roberto. Navegando la globalización: um mapa para el estúdio y la práctica del derecho em América Latina. In: GARAVITO, César Roberto (Org.). El Derecho em América Latina: Um mapa para el pesamiento jurídico del siglo XXI. 1º ed. Buenos Aires: Siglo Veintiuno Editores, 2011. p. 69-86.

GARCÍA VILLEGAS, Mauricio. RODRIGUES, Cesar A. Derecho y sociedaden América Latina: un debate sobre los estudios jurídicos críticos. Bogotá: ILSA Universidad Nacional de Colombia, 2003.

GARCÍA LINERA, Álvaro. A potência plebeia: ação coletiva e identidades indígenas, operárias e populares na Bolívia. São Paulo: Boitempo, 2010.

______. El “oenegismo”, enfermedad infantil del derechismo. (O cómo la “reconducción” del Proceso de Cambio es la restauración neoliberal). Vicepresidencia del Estado Plurinacional, Presidencia de la Asamblea Legislativa Plurinacional: La Paz, 2011.

LANDER, Edgardo. Ciências Sociais: saberes coloniais e eurocêntricos. In: LANDER, Edgardo (Org). A Colonialidade do Saber: eurocentrismo e ciências sociais – perspectivas latino-americanas. Ciudad Autónoma de Buenos Aires: CLACSO, 2005.

MIGNOLO, Walter. A colonialidade de cabo a rabo: o hemisfério ocidental no horizonte conceitual da modernidade. In: LANDER, Edgardo (Org). A Colonialidade do Saber: eurocentrismo e ciências sociais – perspectivas latino-americanas. Ciudad Autónoma de Buenos Aires: CLACSO, 2005.

______. Interculturalidad, descolonización del Estado y del conocimiento. Buenos Aires: Del Signo, 2014.

PACTO DE UNIDAD. Sistematizador: Fernando Garcés. El Pacto de Unidad y el Proceso de Construcción de una Propuesta de Constitución Política del Estado: Sistematización de la experiencia. La Paz, Bolívia, 2010. Disponível em: . Acesso em 20 Ago. 2019.

QUIJANO, Aníbal. Colonialidad y modernidad/racionalidade. Perú Indígena, Nº 29. Lima. 1992.

______. Colonialidad del poder cultura y conocimiento en America Latina. Anuario Mariateguiano, Lima, vol. IX, nº 9, 1998, p. 113-122.

______. Colonialidade do poder, eurocentrismo e América Latina. In: LANDER, Edgardo (org). A Colonialidade do Saber: eurocentrismo e ciências sociais – perspectivas latino-americanas. Ciudad Autónoma de Buenos Aires – Argentina: CLACSO, 2005, p. 201- 246.

______. Colonialidade do poder e classificação social. In: SANTOS, Boaventura de Sousa. MENESES, Maria Paula. Epistemologias do Sul. São Paulo: 2010. p. 84-130.

SANTOS, Boaventura de Sousa. Refundación del Estado en América Latina. Perspectivas desde una epistemología del Sur. Lima: Programa Democracia y Transformación Global/ Instituto Internacional de Derecho y Sociedad, 2010.

_______. Cuando los excluídos tienen derecho: justicia indígena, plurinacionalidad e interculturalidade. In: SANTOS, Boaventura de Sousa; EXENI RODRÍGUEZ, José Luis (org.). Justicia indígena, plurinacionalidad e interculturalidaden Bolívia. 2 ed. Quito: Fundación Rosa Luxemburgo, 2013, p. 11-48.

TAPIA, Luis. Consideraciones sobre el Estado Plurinacional. In: GOSÁLVEZ, Gonzálo; DULON, Jorge (Orgs). Descolonización en Bolivia: Cuatro ejes para comprender el cambio. La Paz: Vice Presidencia del Estado Plurinacional de Bolivia, 2010.

TORRE RANGEL, Jesús Antonio de la. Los pobres y el uso del Derecho. In: TORRE RANGEL, Jesús Antonio at al. DIREITO INSURGENTE: o direito dos oprimidos. Rio de Janeiro: Instituto de Apoio Jurídico Popular, 1990. p. 28-34.

______. El derecho como arma de liberación en América Latina: sociología jurídica y uso alternativo del derecho. 3 ed. Aguascalientes: Centro de Estudios Jurídicos y Sociales P. Enrique Gutiérrez, 2006.

______.Derecho y liberación: pluralismo jurídico y movimientos sociales. Cochabamba: Editorial Verbo Divino, 2010.

______. Sociologia jurídica militante hoje: o Direito como arma de libertação na América Latina, 30 anos depois. Revista InSURgência, v.1, n.1, 2015, p. 137-164.

WALSH, Catherine. Interculturalidad, descolonización del Estado y del conocimiento. Buenos Aires: Del Signo, 2006.

______. Interculturalidad y colonialidad del poder: un pensamiento y posicionamiento “otro” desde la diferencia colonial. In: Castro-Gómez, Santiago; Grosfogel, Ramón. El giro decolonial: reflexiones para una diversidad epistêmica más alá del capitalismo global. Bogotá: Siglo del Hombre Editores/Universidad Central, Instituto de Estudios Sociales Contemporáneos/Pontifícia Universidad Javeriana/Instituto Pensar, 2007, p. 47-62.

______. Interculturalidade, plurinacionalidade e descolonização: as Insurgências político-epistêmicas de re-fundar o Estado. Colombia: Tabula Rasa, n. 09, 2008, p. 131-152.

______. Interculturalidad, Estado, Sociedad. Luchas (de)coloniales de nuestra época. Quito: Abya-Yala, 2009.

______. Interculturalidad crítica y pluralismo jurídico. In: Seminário Pluralismo Jurídico, Brasilia, 2010, p. 1-21.

WOLKMER, Antonio Carlos. Direito e justiça na América Indígena: da conquista à colonização. Porto Alegre: Livraria do Advogado, 1998. p. 75-93.

_________. Pluralismo jurídico: fundamentos de uma nova cultura no Direito. 3 ed. São Paulo: Editora Alfa Omega. 2001.

______.Pluralismo jurídico: nuevo marco emancipatorio en América Latina. 2003. Disponível em:. Acesso em: 12 jun. 2019.

______.Pluralismo jurídico: um espaço de resistência na construção de direitos humanos. In: WOLKMER, Antonio Carlos; VERAS NETO, Francisco Q.; LIXA, Ivone M. (orgs.). Pluralismo jurídico: novos caminhos da contemporaneidade. São Paulo: Saraiva, 2010.

______.Pluralismo Jurídico e perspectivas para um novo constitucionalismo na América Latina. In: WOLKMER, Antonio Carlos. MELO, Milena Petters. Constitucionalismo latino-americano: tendências contemporâneas. Curitiba: Juruá, 2013.

_______.Pluralismo juridico, movimentos sociais e processos de lutas desde America Latina. In: Wolkmer, Antonio Carlos; Lixa, Ivone Fernandes M. (Org.). Constitucionalismo, descolonización y pluralismo jurídico en América Latina. 1ed. Aguascalientes: CENEJUS; Florianópolis: UFSC- NEPE, 2015, v. 1, p. 95-102.




DOI: http://dx.doi.org/10.26668/IndexLawJournals/2525-9830/2019.v5i2.5984

Apontamentos

  • Não há apontamentos.


Licença Creative Commons
Este obra está licenciado com uma Licença Creative Commons Atribuição-NãoComercial 4.0 Internacional.