A Mudança Paradigmática: Como a Macrobioética Pode Auxiliar na Transição do Antropocêntrismo para o Ecocentrismo

Daniel Borges Moura

Resumo


A preservação ambiental não é feita com o objetivo de proteger o meio ambiente, mas para a proteção do próprio homem. Apesar de existirem instrumentos políticos e jurídicos que afirmam tratar da proteção ambiental, o que vemos, em verdade, é a instrumentalização da natureza em benefício da humanidade. O objetivo deste trabalho é demonstrar, de forma sucinta, como ocorreu a evolução histórica para o paradigma antropocêntrico, além de suas consequências sobre as políticas internacionais relativas ao meio ambiente. Será feito uma análise sobre os principais tratados internacionais envolvendo o meio ambiente, para demonstrar que, apesar de haver uma lógica antropocêntrica, há sinais, ainda que modestos, de que estamos chegando em um ponto de mudança. Com o surgimento dos novos temas do direito internacional, como foram chamados os temas abordados no pós-2ª Guerra Mundial, minimizaram a quase exclusividade que a segurança e a economia tinham nos fóruns internacionais para haver um aumento nos debates relativos, por exemplo, às questões ambientais. Essa mudança de cunho político, associada ao surgimento de novas correntes filosóficas, está criando o ambiente favorável para que ocorra,  provavelmente  ainda  no século em curso, uma mudança paradigmática que transforme a base teórica do antropocentrismo para o ecocentrismo, modificando a maneira como o homem se relaciona com ambiente no qual está inserido.


Palavras-chave


Direito; Meio ambiente; Macrobioética; Paradigma; Antropocentrismo; Ecocentrismo

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DOI: http://dx.doi.org/10.26668/IndexLawJournals/2525-9628/2015.v1i1.147

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