A COMPLEXIDADE DO RACISMO ESTRUTURAL: REDUÇÃO DE TRABALHADORES À CONDIÇÃO ANÁLOGA A DE ESCRAVOS COMO CONTINUÍSMO DO SISTEMA ECONÔMICO ESCRAVOCRATA

Herena Neves Maues Correa de Melo

Resumo


O objetivo é discernir as bases do racismo estrutural no Brasil, a fim de compreendermos porque o trabalho escravo contemporâneo no Brasil deve ser enfrentado a partir desta lógica, no escopo de que se sua mitigação ocorra de forma sustentável. A metodologia é de caráter qualitativo e exploratório, a partir das nuances da revisão bibliográfica e documental. Percebe-se o racismo estrutural como a fonte causal da normalização da prática de reduzir trabalhadores à condição análoga a de escravos e da reprodução e florescimento da prática, havendo a necessidade de modificação escalonada de ações que envolvam políticas públicas institucionais e educacionais.


Palavras-chave


racismo estrutural; trabalho escravo contemporâneo; normalização social; culturalismo; políticas públicas

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DOI: http://dx.doi.org/10.26668/IndexLawJournals/2526-009X/2020.v6i2.7152

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