SOBRE A JUSTIÇA NO HORIZONTE DA PHRONESIS: LEITURAS DA ÉTICA A NICÔMACO DE ARISTÓTELES

Leandro José de Souza Martins

Resumo


Este texto visa recordar as principais lições de uma ética da excelência centralizada na Justiça, conforme apresentada na Ética a Nicômaco de Aristóteles. A reflexão quer enxergar a noção de justiça como prática da sensatez humana (phronesis). A sensatez é a operação própria da alma humana, condição fundamental para toda ação que se quer para o bem (enquanto telos). Pela sensatez, o humano, dispõe-se a refletir sobre sua maneira de ser e agir e, dentro daquilo que se coloca como justo, abre-se na perspectiva de pensar melhor sobre si, sua ação e seus fins, superando os limites de uma situação particular (práxis). A razão se encontra pelo fato de cada homem poder se dispor ao alcance dos melhores fins (eudaimonia), e, ao mesmo tempo, reconhecendo-se como limitado, procura superar tal condição pela vida em comunidade (politiké). Poder compreender-se de antemão como restrito, mas, ao mesmo tempo, como alguém destinado à comunhão com outros, torna o homem propenso ao exercício do justo, visto a partir e para a concreção da sensatez.

 


Palavras-chave


Ética; Justiça; Sensatez; Finalidade, Política.

Texto completo:

PDF

Referências


ARISTÓTELES. Ética a Nicômaco. Trad. António de Castro Caeiro. São Paulo: Atlas, 2009.

ARISTÓTELES. Ética a Nicômaco. Tradução, textos adicionais e notas Edson Bini. São Paulo: EDIPRO, 2014. (Série Clássicos Edipro).

AUBENQUE, Pierre. A Prudência em Aristóteles. 2.ed. Trad. Marisa Lopes. São Paulo: Discurso Editoria; Paulus, 2008.

BARRETTO, Vicente de Paulo (org.). Dicionário de Filosofia do Direito. São Leopoldo: Unisinos, 2006.

BITTAR, Eduardo C. B. A Justiça em Aristóteles. São Paulo: Forense Universitária, 2004.

BITTAR, Eduardo C. B; ALMEIDA, Guilherme de Assis. Curso de Filosofia do Direito. 4.ed. Atlas, 2005. (Atlas Jurídica).

BYWATER, J. Aristotle's Ethica Nicomachea. Oxford: Clarendon Press, 1894. Disponível em http://www.perseus.tufts.edu. Acesso 17 de agosto de 2018.

FERRATER MORA, José. Dicionário de Filosofia. SP: Loyola, 2001. 4 vols.

GUARIGLIA, Osvaldo. La Ética en Aristóteles: o la moral de la virtud. Buenos Aires: Eudeba, 1997.

HUGHES, Gerard J. Aristotle on ethics. London: Routledge, 2001.

JAEGER, Werner. Aristóteles: bases para la historia de su desarollo. Trad. José Gaos. México: Fondo de Cultura Económica, 1994a.

KRAUT, Richard. Aristotle’s Ethics. Disponível em http://plato.stanford.edu/entries/aristotle-ethics/. Acesso em 17 de dezembro de 2007.

LIDDELL, Henry George; SCOTT, Robert. An Intermediate Greek-English Lexicon. Oxford: Clarendon Press, 1889.

LIDDELL, Henry George; SCOTT, Robert. A Greek-English Lexicon. Revised and augmented throughout by Sir Henry Stuart Jones with the assistance of Roderick McKenzie. Oxford: Clarendon Press, 1996.

MACINTYRE, Alasdair. Depois da virtude: um estudo em teoria moral. Tradução Jussara Simões. Revisão técnica Helder Buenos Aires de Carvalho. Bauru: EDUSC, 2001.

REALE, Giovanni. Introdução a Aristóteles. Trad. Eliana Aguiar. Rio de Janeiro: Contraponto, 2012.

ROSS, David. Aristóteles. Trad. Luís Filipe Bragança S. S. Teixeira. Lisboa: Dom Quixote, 1987.

SANDEL, Michael. Justiça: o que é fazer a coisa certa. Trad. Heloísa Matias e Maria Alice Máximo. 6.ed. Rio de Janeiro: Civilização Brasileira, 2012.

VILLEY, Michel. Filosofia do Direito. São Paulo: Martins Fontes, 2005. (Justiça e Direito).

WOLF, Ursula. A Ética a Nicômaco de Aristóteles. Trad. Enio Pualo Giachini. São Paulo: Loyola, 2010.

ZIGANO, Marco. (coord). Sobre a Ética Nicomaqueia de Aristóteles: textos selecionados. São Paulo: Odysseus, 2010.




DOI: http://dx.doi.org/10.26668/IndexLawJournals/2526-0103/2018.v4i2.4879

Apontamentos

  • Não há apontamentos.


Licença Creative Commons
Este obra está licenciado com uma Licença Creative Commons Atribuição-NãoComercial 4.0 Internacional.