A DESCONSTRUÇÃO DO CONCEITO DE TRABALHADOR: DA SUBJETIVIDADE INDIVIDUAL A GLAMURIZAÇÃO GERENCIALISTA

Erivaldo Cavalcanti e Silva Filho, Priscila Krys Morrow Coelho de Souza, Marcela Dorneles Sandrini

Resumo


Em Ética a Nicômaco, Aristóteles pregava que todo o conhecimento e todo trabalho do homem visavam algum bem. Mas, o que seria esse bem? Até que ponto a sua  busca torna o trabalhador vulnerável e totalmente submisso aos anseios da classe dominante? O artigo tem por objetivo demonstrar no que consiste a subjetividade dos trabalhadores; como esta galgou de um conceito individualista e impregnado de interioridade psicológica para uma acepção mais abrangente, que acabou representando um mecanismo de poder; como a análise do discurso impulsionou os mecanismos de poder utilizados pela classe dominante para inserir uma cultura de normopatia – glamourização dos altos cargos. Diante da globalização econômica, da transformação dos meios de produção e do avanço acelerado da ciência e da tecnologia, torna-se imprescindível um debate mais acalorado quanto ao assujeitamento do trabalhador frente às mudanças. Com base na pesquisa de campo desenvolvida, de caráter qualitativo, por meio da análise de entrevistas, espera-se, como o período da Pandemia do COVID 19 agravou ainda mais a subjetividade do trabalhador e como as abruptas legislações de vigência temporária os afetaram com altos cargos.


Palavras-chave


Subjetividade no conceito de trabalhador; Glamourização hierárquica; Globalização econômica. Desconstrução do trabalhador; Direito do Trabalho

Texto completo:

PDF

Referências


BAUMAN, Z. (2007). Vida líquida. Rio de Janeiro: Jorge Zahar.

CAREGNATO, R. C. A; MUTTI, R. Pesquisa Qualitativa: Análise do Discurso versus Análise de conteúdo. 2006.

CHRISTENSEN, Clayton. Como medir sua vida. São Paulo: Alta books, 2010.

DANTAS, Gilson. A crítica de Hanna Arendt a Karl Marx. Revista Sociologia em rede, vol. 3. Goiânia, 2013.

DEJOURS, C. A banalização da injustiça social. Rio de Janeiro: FGV, 1999.

FERREIRA NETO, J. L. A analítica da subjetivação em Michel Foucault. São Paulo: Polis e Psique, 2017.

FERREIRA NETO, J. L. Psicologia, políticas públicas e o SUS. São Paulo: Escrita, Faperring, 2011.

GAULEJAC, V. Gestão como doença social: ideologia, poder gerencialista e fragmentação social. Aparecida: Idéias & Letras, 2007.

GONCALVES, Liciane Faria Traverso. Não aguento mais! Análises jurídicas e transdisciplinares do autoextermínio. Belo Horizonte: Edições Superiores, 2018.

LINZMEYER, S. M. V. V. Carreiras contemporâneas: responsabilidade pessoal e desafios da trajetória profissional. (Tese de Doutorado), Programa de Pós-graduação em Psicologia, Instituo de Psicologia da Universidade de São Paulo, São Paulo, 2014.

LÓPEZ-RUIZ, O. J. Da “profissão” à “carreira”: o caso dos executivos das transnacionais. Teoria e Pesquisa: Revista de Ciência Política. Recuperado a partir de http://www.teoriaepesquisa.ufscar.br/index.php/tp/article/view/181/147. Acesso em 10/03/2023.

MANSANO, S. R. V. Sujeito, Subjetividade e modos de subjetivação na contemporaneidade. São Paulo: Revista de Psicologia da UNESP, 2009.

MORO, A. L. C.; AMAZARRAY, M. R. Trabalho, subjetividade e gestão gerencialista: um estudo com trabalhadores do comércio. Cadernos De Psicologia Social Do Trabalho. Disponível em: https://doi.org/10.11606/issn.1981-0490.v22i2p117-130. Acesso em 10/03/2023.

OLBERMANN, J.; OLIVEIRA, L. P.; CAPAVERDE, C; GRISCI, C. L. Dispositivos de sedução à vida executiva: visão de estudantes fase final de formação universitária. Pensamento & Realidade, v. 32, n. 2. , 2017.

REVEL, Judith. Michel Foucault: conceitos essenciais. Tradução Maria do Rosário Gregolin. São Carlos: Claraluz, 2005.

TONON, L.; GRISCI, C. L. Gestão Gerencialista e Estilo de Vida de Executivos. vol. 16, no1. São Paulo: Revista de Administração Mackenzie, 2015.




DOI: http://dx.doi.org/10.26668/IndexLawJournals/2525-9857/2023.v9i1.9506

Apontamentos

  • Não há apontamentos.


Licença Creative Commons
Este obra está licenciado com uma Licença Creative Commons Atribuição-NãoComercial 4.0 Internacional.