A DROGADIÇÃO INFANTOJUVENIL E A PROTEÇÃO INTEGRAL: REFLEXÕES A PARTIR DO DESENVOLVIMENTO HUMANO

Adriane de Oliveira Ningeliski

Resumo


A presente pesquisa retrata a triste realidade da drogadição infantojuvenil no Brasil, enquadrando-a em uma questão de saúde pública a ser tratada com cuidado e atenção, sob olhar da proteção integral e com prioridade absoluta, sem descurar da importância da família nesse percurso. Objetiva-se demonstrar que a drogadição na infância e juventude corrobora para as dificuldades enfrentadas pelo país para o seu desenvolvimento, que para além da esfera econômica, devem ser analisados os níveis de bem-estar, uma vez que se está tratando de indivíduos que estão em plena construção da personalidade e de futuro. Para tanto, utiliza-se o método dedutivo, uma vez que se parte da premissa de que a criança e o adolescente têm prioridade absoluta nas ações estatais e a proteção que lhes deve ser destinada tem o condão de corroborar para o desenvolvimento humano e consequentemente o desenvolvimento do país. A partir do exposto, conclui-se que com o tratamento adequado o drogadito tem possibilitada a construção de uma vida de bem-estar, contribuindo para o desenvolvimento da nação.


Palavras-chave


Drogadição; criança; adolescente; desenvolvimento humano; proteção integral.

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DOI: http://dx.doi.org/10.26668/IndexLawJournals/2525-9881/2022.v8i1.8613

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