PROTAGONISMO FEMININO NO AGRONEGÓCIO: MECANISMOS DE INSERÇÃO NO MERCADO DE TRABALHO

ANA MARCIA VIEIRA LEÃO CABRAL OLIVEIRA, Nivaldo dos Santos

Resumo


Este estudo adota por tema o protagonismo feminino no agronegócio; tem como recorte mecanismos de inserção no mercado de trabalho por meio da sucessão familiar, do agrodigital e cooperativismo. O problema de pesquisa identifica a questão: como garantir equiparação de oportunidades das mulheres no ambiente do agronegócio? Justificativa: os relatos históricos dão conta de uma trajetória da mulher marcada por subjugação, preconceito e, até mesmo, de certa forma, exploração, em especial em função da cultura machista que preponderou no Brasil por diversas décadas, desencadeando a invisibilidade estrutural da produtividade da mão de obra feminina, não havendo reconhecimento ou valorização de sua contribuição na produção de alimentos, bem como em toda cadeia do agronegócio e se houvesse equidade de gênero fomentado por políticas públicas o impacto no PIB e no Índice de Desenvolvimento Humano seria sensivelmente maior. Seu objetivo geral é identificar desafios e oportunidades do público feminino na sucessão familiar, no agrodigital e cooperativismo; objetivos específicos: a) estudar o Objetivo de Desenvolvimento Sustentável nº 5 proposto pela Organização das Nações Unidas; b) conceituar protagonismo feminino; c) analisar o papel das mulheres no agronegócio; d) delinear ambientes inseguros de trabalho. Metodologia da pesquisa: método indutivo por meio de pesquisa bibliográfica. Hipóteses: mulheres possuem peculiaridades compatíveis ao agronegócio; sentem necessidade de provar sua competência ou masculinizar seu comportamento para obter respeito; possuem ambiente seguro ou inseguro para desenvolver suas atividades plenamente. Resultados: demonstrar que apesar das oportunidades desiguais e outros fatores desfavoráveis elas transformam dores e traumas em força motriz para produzir resultados extraordinários para si, suas famílias, empresas, comunidades e conquistam cargos de liderança quando isso for a meta delas. Conclusão: o Brasil assume o compromisso de cumprir o Objetivo de Desenvolvimento Sustentável nº 5 por meio de aplicação dos indicadores ESG com intuito de propiciar condições de trabalho e acesso às terras e ao crédito de forma justa e igualitária para todos, mas diversas pesquisas apontam que as mulheres tiveram conquistas importantes ao longo dos anos, porém há um longo caminho a ser percorrido para atingir patamares iguais.

Palavras-chave


Agronegócio; Desenvolvimento; Igualdade de gênero; Mão-de-obra feminina; Sustentabilidade

Texto completo:

PDF

Referências


ARAÚJO, R.; LOZADA, C. Agenda ODS de 2030 da ONU: Avanços e retrocessos no Brasil - ODS 2. [s. l.], p. 1-17, maio 2019. Disponível em: . Acesso em: 8 abr. 2021.

ARZABE, C.; COSTA, V. C. (Ed.). Igualdade de gênero: contribuições da Embrapa. Brasília, DF: Embrapa, 2018.

BARROS, G. S. C. O que significa “Agronegócio”? 2015. Disponível em: . Acesso em: 14 jun. 2022.

BRUNDTLAND, G. H. Nosso futuro comum: comissão mundial sobre meio ambiente e desenvolvimento. 2.ed. Rio de Janeiro: Fundação Getúlio Vargas, 1991.

BRUNETTO, C. Igualdade de gênero - ODS 5. Paraná, p. 1-3, 9 abr. 2019. Disponível em: Acesso em: 12 mar. 2021.

CAMARGO, T. P. Os desafios encontrados na inserção da mulher no agronegócio. 2018. 41f. Monografia (Graduação em Administrador) - Faculdade Evangélica de Jaraguá, Jaraguá, 2018.

CANGUÇU, L. R. et al. Análise da ODS 5: igualdade de gênero nas organizações. maio 2021. Disponível em: . Acesso em: 26 jun. 2022.

CIELO, I. D.; WENNINGKAMP, K. R.; SCHMIDT, C. M. A participação feminina no agronegócio: o caso da Coopavel – Cooperativa Agroindustrial de Cascavel. Revista Capital Científico, v. 12, n. 1, jan./mar. 2014.

DAHMER, I. A.; DAHMER, R. S. R.; DAHMER, I. A. Empoderamento das mulheres no agronegócio. Salão do Conhecimento, Unijuí, 2020. Disponível em: . Acesso em: 23 jun. 2022.

DENNY, D. M. T. Agenda 2030: agronegócio vilão, vítima e solução rumo a uma bioeconomia circular sustentável. Disponível em: . Acesso em: 25 jun. 2022.

FAEG. Brasil se destaca como maior produtor mundial de laranja e exportador de suco da fruta. 2021. Disponível em: < https://sistemafaeg.com.br/faeg/noticias/citrus/brasil-se-destaca-como-maior-produtor-mundial-de-laranja-e-exportador-de-suco-da-fruta>. Acesso em: 5 de out. 2022.

FAO. Nações Unidas. Sete fatores de sucesso para capacitar as mulheres rurais através da tecnologia. 2019. Disponível em: < https://www.fao.org/brasil/noticias/detail-events/pt/c/1190765/>. Acesso em: abr. 2019.

GALLO, E.; SETTI, A. Território, Intersetorialidade e escalas: requisitos para a efetividade dos Objetivos de Desenvolvimento Sustentável. Scielo Saúde Pública, São Paulo, p. 1-14, nov. 2014.

GARCIA, D. S. S.; GARCIA, H. S. Objetivos de Desenvolvimento do Milênio e as novas perspectivas do desenvolvimento sustentável pela Organização das Nações Unidas. Revista da Faculdade de Direito da UFRGS, Porto Alegre, n. 35, vol. esp., p. 192-206, dez. 2016.

GOUVEIA, Rodrigo. Programa gênero e cooperativismo-coopergênero: análise e diagnósticos. 2018. Disponível em:. Acesso em: 6 de out. 2022.

HOLZMANN, L. Notas sobre as condições da mão-de-obra feminina frente às inovações tecnológicas. Sociologias, Porto Alegre, a. 2, n. 4, p. 258-273, jul./dez. 2000.

IBGE. Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística. Produção de laranja. Disponível em:. Acesso em: 6 de out. 2022a.

IBGE. Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística. Produção de laranja. Disponível em:. Acesso em: 6 de out. 2022b.

IBGE. Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística. Produção de laranja. Disponível em:. Acesso em: 6 de out. 2022c.

IBGE. Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística. Produção de laranja. Disponível em:. Acesso em: 6 de out. 2022d.

IBGE. Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística. Produção de laranja. Disponível em:. Acesso em: 6 de out. 2022e.

KIESZKOWSKI, D. Os reflexos da Agenda Internacional de ESG sobre meio ambiente no agronegócio brasileiro: um olhar sobre a Associação Brasileira do Agronegócio (ABAG) e a Confederação da Agricultura e Pecuária do Brasil (CNA). 2021. 33f. Dissertação (Mestrado em Análise e Gestão de Políticas Internacionais) – Pontifícia Universidade Católica, Rio de Janeiro, 2021.

MENEZES, R. S. S.; SILVA, F. D. Trabalho e identidades de gênero de gestoras de organizações do agronegócio em Minas Gerais. Revista Brasileira de Estudos Organizacionais, v. 3, n. 2, 2016. Disponível em: . Acesso em: 17 jun. 2022.

MESQUITA, G. R. I. Particularidades do trabalho agrícola da mulher: revisão da literatura. 2012. Disponível em: Acesso em: 10 de dez. 2012.

MIZUMOTO, F. Sucessão familiar na agricultura é uma oportunidade de crescimento no setor. Correio Braziliense, Brasília, maio 2017. Disponível em: . Acesso em: 18 jun. 2021.

MORSCHHEISER, A. O papel da mulher na sucessão familiar no agronegócio. 2018. 24f. Monografia. (Especialização em Gestão do Agronegócio) – Universidade Federal do Paraná, Curitiba, 2018.

NAÇÕES UNIDAS. 5 Igualdade de gênero: alcançar a igualdade de gênero e empoderar todas as mulheres e meninas. Disponível em: . Acesso em: 9 jun. 2022.

OIT. Organização Internacional do Trabalho. Perspectivas sociais e de emprego no mundo – tendências para mulheres 2017. Brasília, 14 jun. 2017. Disponível em: https://www.ilo.org/brasilia/noticias/WCMS_558360/lang--pt/index.htm. Acesso em: 06 out. 2022.

ONU. Nações Unidas. A importância das mulheres rurais no desenvolvimento sustentável do futuro. dez. 2017. Disponível em: . Acesso em: 10 jun. 2022.

PARRA, R. A. Agronegócio sustentabilidade e a Agenda 2030: a relação entre economia verde, código florestal e poder judiciário. Londrina/PR: Thoth Editora, 2020.

PRONI, T. T. da R. W.; PRONI, M. W. Discriminação de gênero em grandes empresas no Brasil. Revista Estudos Feministas, Florianópolis, v. 26, n. 1, 2018.

PUGLIOLI, A. C.; WINTER, L. A. C. A globalização, as transnacionais, o Pacto Global, o Compliance e a Pandemia do Covid-19 no Brasil. Revista de Direito Internacional e Direitos Humanos da UFRJ, v. 4 n. 2, jul./dez. p. 8-35, 2021.

QUEIROZ, D. M. et al. Agricultura digital. 2. ed. São Paulo: Oficina de Textos, 2021.

RELATÓRIO Nacional Voluntário sobre os Objetivos de Desenvolvimento Sustentável. Disponível em: https://sustainabledevelopment.un.org/content/documents/15801Brazil_Portuguese.pdf. Acesso em: 12 jun. 2022.

REZZUTTI, P. Mulheres do Brasil: a história não contada. Rio de Janeiro: LeYa, 2018.

RIBEIRO, A. I. M. A educação da mulher no Brasil-colônia. 1987. 141f. Dissertação (Mestrado em Educação) - Universidade Estadual de Campinas, Faculdade de Educação, Campinas, SP, 1987.

SANTANA, L. E. A. dos S. et al. AgroDigital-NE: um mapeamento da produção científica sobre tecnologias de informação e comunicação aplicadas ao agronegócio no Nordeste brasileiro. 2021. Disponível em: . Acesso em: 21 jun. 2022.

SESCOOP. Serviço Nacional de Aprendizagem do Cooperativismo. Programa Mulheres Cooperativistas. Disponível em: Acesso em: 03 Mar 2017.

SILVA, L. de S. e. A adoção de práticas ESG por empresas brasileiras de capital aberto. Disponível em: . Acesso em: 20 jun. 2022.

SILVA, R.; SANTOS, I. C.; SILVEIRA, G. B. Os lírios do campo: o trabalho, a tecnologia e a sobrevivência das mulheres na produção rural. International Journal of Development Research, v. 11, n. 4, p. 46564-46570, abr. 2021. Disponível em: . Acesso em: 21 jun. 2022.

SPERAFICO, D. As mulheres estão assumindo o comando do agronegócio. mar. 2018. Disponível em: . Acesso em: 23 jun. 2022.

STROPASOLAS, V. L. Os desafios da sucessão geracional na agricultura familiar. out. 2019. Disponível em: . Acesso em: 28 jun. 2022.

UNGARETTI, M. ESG de A a Z: Tudo o que você precisa saber sobre o tema. EXPERT XP, p. 2-29, 8 set. 2020. Disponível em: . Acesso em: 23 dez. 2021.

UNIC Rio de Janeiro. FAO lista sete maneiras de ampliar acesso de mulheres rurais à tecnologia. Abr. 2019. Disponível em: . Acesso em: 21 jun. 2022.

VIDAL, D. L. Diversidade tipológica do manejo rural feminino no semiárido brasileiro. Revista Archivos de Zootecnia, Córdoba, v.60, n. 232, p.1149-1160, fev. 2011.

XAVIER, C. Mulheres do agronegócio pedem passagem. out. 2016. Disponível em: . Acesso em: 18 jun. 2022.




DOI: http://dx.doi.org/10.26668/IndexLawJournals/2526-0111/2022.v8i2.9168

Apontamentos

  • Não há apontamentos.


Licença Creative Commons
Este obra está licenciado com uma Licença Creative Commons Atribuição-NãoComercial 4.0 Internacional.