COGNIÇÃO HUMANA VERSUS INTELIGÊNCIA ARTIFICIAL: UMA ABORDAGEM HEIDEGGERIANA SOBRE O PROJETO DO PRIMEIRO JUIZ ROBÔ NA ESTÔNIA

Paulo Roberto Fontenele Maia, Stefani Clara da Silva Bezerra, Helio Rios Ferreira

Resumo


O uso da inteligência artificial no Poder Judiciário ainda encontra fortes limitações à luz da compreensão representacional-computacional da mente. A exemplo do projeto pioneiro do juiz robô na Estônia, a dificuldade reside na incapacidade de apreensão da narrativa subjetiva da máquina. Logo, através da experiência do ser-aí-no- mundo de Heidegger, define-se um contraste entre cognição humana e funcionamento computacional. Partindo de uma pesquisa qualitativa e de cunho bibliográfico, busca-se demonstrar a complexidade de conceber dispositivos puramente físicos com inteligências aptas a substituírem juízes por robôs. Conclui-se que ainda não há tecnologia capaz de substituir a ciência cognitiva heideggeriana do Dasein.

Palavras-chave


Juiz Robô; Inteligência artificial; Algorítimos; Cognição; Senso holístico

Texto completo:

PDF

Referências


CONSELHO NACIONAL DE JUSTIÇA. Inteligência Artificial. CNJ [site], [201?]. Disponível em: https://www.cnj.jus.br/sistemas/plataforma-sinapses/inteligencia-artificial/. Acesso em: 18 jun. 2021.

COPELAND, B. J. Artificial Intelligence: a Philosophical Introduction. Oxford: Wiley- Blackwell, 1993.

DREYFUS, Hubert Lederer. What Computers Still Can’t Do: A Critique of Artificial Reason. Cambridge: MIT Press, 1992.

DREYFUS, Hubert Lederer. Why Heideggerian Artificial Intelligence failed and how fixing it would require making it more Heideggerian. Philosophical Psychology, Londres, v. 20, n. 2, p. 247-268, 2007.

FERNANDES, Bernardo Gonçalves. Curso de Direito Constitucional. 10. ed. Salvador: JusPODIVM, 2018.

GOMES, Dennis dos Santos. Inteligência Artificial: conceitos e aplicações. Revista Olhar Científico – Faculdades Associadas de Ariquemes, v. 01, n. 2, ago./dez. 2010. Disponível em: https://d1wqtxts1xzle7.cloudfront.net/48312264/49-148-1-PB-with-cover-page-v2.pdf?Expires=1631885878&Signature=YHM4MgJ76VaXIbA3j~-VO3XvhGWNGVYX4wAEuqSQhKkaK2pTPwFeFva9UsQqO3vun0rX2Q1sHyJD1bXV-B-j2XTo2COZZzNTMXhDAIyn-LCIzsdmThdsmUtF4q77NuZVecZmM8SO4MDjJErva7KM6J04~G9hLhGGWBfnLk5YNcogSU8eKN2hQqY-3-3s444o0qQ3RR-cMc6Pg2kqBRgbukORriqhgrPK-dn00vgbSvUyWpi9oBVb4nwcgpy7WbACV3MvvW~BUKHwds5PqWBBm7xmHTqQWWKT7muDVuJMGHv4CtPG~OvWv-PD9Pq-d9mRB7azU7Nb-8ycXBkvtRSqeA__&Key-Pair-Id=APKAJLOHF5GGSLRBV4ZA. Acesso em: 15 ago. 2021.

GOMES, Rodrigo Benevides Barbosa. Hubert Dreyfus e o anticartesianismo heideggeriano. Revista Ideação, Feira de Santana, n. 38, p. 304-313 jul/dez. 2018. Disponível em: http://periodicos.uefs.br/index.php/revistaideacao/article/view/4298/3496. Acesso em: 16 jun. 2021.

HAUGELAND, J. What is Mind Design? Mind Design II: Philosophy, Psychology, Artificial Intelligence. 2. ed. Cambridge: MIT Press, 1997.

HEIDEGGER, Martin. Ser e Tempo (parte 1). Tradução Márcia Sá Cavalcante Schuback.

ed. Petrópolis: Vozes, 2005.

MEEHL, Paul Everett. Causes and effects of my disturbing little book. Journal of personality assessment. v. 50, 3. ed, p. 370-375, 1986. Disponível em:

https://doi.org/10.1207/s15327752jpa5003_6. Acesso em: 15 jun. 2021.

MELO, Jairo. Inteligência artificial: uma realidade no Poder Judiciário. TJDFT [site], 2020. Disponível em: https://www.tjdft.jus.br/institucional/imprensa/campanhas-e- produtos/artigos-discursos-e-entrevistas/artigos/2020/inteligencia-artificial. Acesso em: 18 jun. 2021.

OLIVEIRA, Maria Teresa Vieira da Silva. Inteligência artificial e o Poder Judiciário. Conjur [site], 20 abr. 2021. Disponível em: https://www.conjur.com.br/2021-abr-20/maria-teresa-oliveira-inteligencia-artificial-poder-judiciario. Acesso em: 19 jun. 2021.

O´NEIL, Cathy. Algoritmos de destruição em massa: como big data aumenta a desigualdade e ameaça à democracia. Santo André: Rua do Sabão, 2020.

PALMER, Richard. Hermeneutics: Interpretation. Tradução Maria Luísa Ribeiro Ferreira. Lisboa: Edições 70, 1969.

PINKER, Steven. Como a mente funciona. 2. ed. Tradução Laura Teixeira Motta. São Paulo: Schwarcz Ltda, 2001.

RODRIGUES, Alves Bruno. A inteligência artificial no Poder Judiciário e a convergência com a consciência humana para a efetividade da justiça. 1. ed. São Paulo: Revista dos Tribunais, 2021.

ROEHE, Marcelo Vial; DUTRA, Elza. Dasein, o entendimento de Heidegger sobre o modo de ser humano. Avances en Psicología Latino-americana, Bogotá (Colômbia), v. 32 (1), p. 105-113, 2014. Disponível em: http://www.scielo.org.co/scielo.php?pid=S1794-47242014000100008&script=sci_abstract&tlng=pt#:~:text=Para%20Heidegger%2C%20o%20Dasein%20%C3%A9,constituintes%20do%20seu%20pr%C3%B3prio%20ser. Acesso em: 16 jun.

RODAS, Sérgio. Algoritmos e IA são usados para que robôs decidam pequenas causas. Conjur [site], 27 out. 2019. Disponível em: https://www.conjur.com.br/2019-out-27/algoritmos-ia- sao-usados-robos-decidam-pequenas-causas. Acesso em: 14 jun. 2021.

TADDEI, Paulo Mendes; COSTA, Arthur Barbosa da; FURTADO JUNIOR, Robson Roberto de Oliveira. A fenomenologia de Heidegger na crítica de Dreyfus à inteligência artificial simbólica. Revista de Natureza Humana. São Paulo, v. 22, n. 1, p. 95-122, jun. 2020. Disponível em: http://revistas.dwwe.com.br/index.php/NH/article/view/435. Acesso em: 18 jun. 2021.

TURING, A. M. Computing machinery and intelligence. Mind a quartel review of psychology and philosophy, v. LIX, n. 236, p. 433-460, oct. 1950. Disponível em: https://doi.org/10.1093/mind/LIX.236.433. Acesso em: 14 jun. 2021.




DOI: http://dx.doi.org/10.26668/IndexLawJournals/2526-012X/2021.v7i2.8192

Apontamentos

  • Não há apontamentos.


Revista Brasileira de Filosofia do Direito, Florianópolis (SC), e-ISSN: 2526-012X

Licença Creative Commons
Este obra está licenciado com uma Licença Creative Commons Atribuição-NãoComercial 4.0 Internacional.