DIREITOS HUMANOS E POLÍTICA COMO CONSTRUÇÃO DE IDENTIDADE, RECONHECIMENTO E REDISTRIBUIÇÃO: subjetivação das mães no caso dos meninos emasculados

Ana Lourena Moniz Costa, Mônica Fontenelle Carneiro

Resumo


Analisa-se a atuação política das mães no caso dos meninos emasculados, como articuladoras de um discurso de direitos humanos e identidade, apresentando sua demanda perante o Estado, como reconhecimento e redistribuição. O Estado atua como interlocutor e violador de direitos das famílias e crianças e adolescentes mortos, em razão de negligências e omissões na condução das investigações criminais. Constrói-se a noção de subjetividade das mães no processo de luto que perpetuou o seu lugar político, uma nova identidade que se coloca no espaço público. Por fim, a força desse discurso político que continua tendo caráter de mobilização frente ao Estado.

Palavras-chave


direitos humanos; política; movimentos sociais; identidade; reconhecimento

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DOI: http://dx.doi.org/10.26668/IndexLawJournals/2526-0022/2021.v7i1.7874

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