DIZER-SE PARDA, PARA NÃO SE DIZER NEGRA: AUTODECLARAÇÃO ENTRE TRABALHADORAS DOMÉSTICAS SINDICALIZADAS E NÃO SINDICALIZADAS DO BRASIL

paulla christianne da costa newton, Flávio Romero Guimarães

Resumo


As tarefas domésticas das famílias da classe média e alta brasileiras são exercidas, majoritariamente, por mulheres negras, de baixa escolaridade e pobres. Este artigo apresenta os dados resultantes de uma pesquisa de doutorado, realizado na Universidade de Salamanca (Espanha), abordando aspectos da autodeclaração da cor/etnia pelas empregadas domésticas. A pesquisa foi implementada em 7 (sete) cidades brasileiras, das diversas regiões. Metodologicamente, é uma pesquisa de natureza interdisciplinar, qualitativa e quantitativa, que adotou, ainda, os métodos de procedimento descritivo-analítico e comparativo. Instrumentalizando a coleta de dados, foi utilizado um questionário, aplicado às domésticas sindicalizadas (associadas) e as não sindicalizadas (associadas).


Palavras-chave


Etnia; autodeclaração; empregadas domésticas; identidade de cor; sindicalização.

Texto completo:

PDF

Referências


BENEDUZI, L. F. Por um branqueamento mais rápido: identidade e racismo nas narrativas do álbum do cinquentenário da imigração italiana no sul do Brasil. Antítese, v.4 n.7, 2011. p.13-30.

BRASIL. Constituição Federal (1988). Emenda Constitucional nº 72, de 02 de abril de 2013, regulamentada pela Lei Complementar nº 150/2015. http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/leis/LCP/Lcp150.htm. Acessado em: abril de 2016.

CONRADO, M.; CAMPELO, M.; RIBEIRO, A. Metáfora da cor: Morenidade e Territórios da negritude nas construções de identidade negras na Amazônia paraense. Afro-Ásia, n.51, p.213-246, 2015.

DELGADO, M. G. Curso de Direito do Trabalho.16. ed. São Paulo: LTr, 2017. 1696p.

DIEESE – Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos. O emprego doméstico no Brasil. n.68, agosto, 2013, 27p. Disponível em: http://www.cedes.iuperg.br. ISSN; 1982-1522.

GUIMARÃES, A. S. A. Racismo e anti-racismo no Brasil. São Paulo: Editora: 34, 1999. 238p.

GUIMARÃES, F. R. Recorte socioeconômico e jurídico: da invisibilidade social à conquista de direitos laborais pelas trabalhadoras domésticas do Brasil. 2016. 429 f. Tese (Doutorado em Direito) – Facultad de Derecho de la Universidad de Salamanca. Salamanca, Espanha, 2016. 429f.

LIMA, M. Trajetória educacional e realização sócio-econômica das mulheres negras brasileiras. Revista Estudos Feministas. IFCS/UFRJ, vol. 3, n. 2, 1995. p. 489.

PINTO, R. P. O movimento negro em São Paulo: Luta e Identidade. São Paulo, 1993 (Tese de Doutorado- Departamento de Antropologia da FFLCH-USP). 280 p.

ROCHA, E. J.; ROSEMBERG, F. Autodeclaração de cor e/ou raça entre escolares paulistanos(as). Cadernos de Pesquisa, v.37, n.132, 2007. p.759-799.

ROSEMBERG, F.; PINTO, R.; NEGRÃO, E V. A. A situação educacional de negros (Pretos e Pardos). (Relatório de Pesquisa. Departamento de Pesquisas Educacionais/Fundação Carlos Chagas). São Paulo, 1986.

SANSONE, L. O sistema de classificação racial do Brasil que muda. Afro. Ásia, n.18, 1996, p. 165 a 187.




DOI: http://dx.doi.org/10.26668/IndexLawJournals/2526-0111/2017.v3i2.2562

Apontamentos

  • Não há apontamentos.


Licença Creative Commons
Este obra está licenciado com uma Licença Creative Commons Atribuição-NãoComercial 4.0 Internacional.