Da regulação governamental a autorregulação por instrumentos societários

ALEXANDER GIUGNI MAIA SOARES

Resumo


Resumo:

O objeto deste artigo é o estudo da autorregulação e a possibilidade de sua adoção no Brasil. O Brasil é tradicionalmente um Estado intervencionista, tanto na iniciativa privada quanto na ordem pública, o que denota uma boa resistência dos publicistas em aceitar a regulação feita por particulares, ao invés de ser pelas agências reguladoras. Ocorre que por meio da autorregulação, verificamos um ganho de eficiência na edição de normas reguladores. Verificaremos que há aberturas legislativas no Brasil para a regulação ser feita por instrumentos societários.

Abstract:

The object of this article is the study of self-regulation and the possibility of its adoption in Brazil. Brazil is traditionally an interventionist State, both in the private sector and in the public order, which denotes a good resistance from publicists in accepting regulation made by individuals, rather than by regulatory agencies. It so happens that through self-regulation aiming to regulate certain markets, we have seen a gain in efficiency in the issue of regulatory rules. We will verify that there are legislative openings in Brazil for regulation to be carried out by corporate instruments.


Palavras-chave


governança corporativa; regulação; autorregulação; instrumentos societários

Texto completo:

PDF

Referências


ARAGÃO, Alexandre Santos. Agências reguladoras e a evolução do direito administrativo econômico. Rio de Janeiro: Forense, 2005.

BALDWIN, Robert; CAVE, Martin; LODGE, Martin. Understanding Regulation. Theroy, strategy and pratice. Second Edition.

BLACK, Julia. Constitutionalising Self-Regulation. The Modern Law Review, v. 59, nº. 1, Jan., 1996. Disponível em: https://www.jstor.org/stable/1096422. Acesso em: 18 de dezembro de 2021.

BLACK, Julia. Decentring regulation: Understanding the role of regulation and self regulation in a “post-regulatory” world. Oxford Journals. May 23, 2015.

BRASIL. Banco Central do Brasil. Resolução CMN n° 3.567 de 29/5/2008 (REVOGADO). Disponível em: https://www.bcb.gov.br/estabilidadefinanceira/exibenormativo?tipo=Resolu%C3%A7%C3%A3o&numero=3567. Acesso em: 18 de dezembro de 2021.

BRASIL. Banco Central do Brasil. Sustentabilidade. Disponível em: https://www.bcb.gov.br/estabilidadefinanceira/sustentabilidade. Acesso em: 8 de dezembro de 2021.

BRASIL. Bolsa de Valores do Brasil. Diretrizes do índice de sustentabilidade empresarial (ISE B3). Disponível em: https://iseb3-site.s3.amazonaws.com/Diretrizes_ISE_B3.pdf. Acesso em: 20 de dezembro de 2021.

BRASIL. Bolsa de Valores do Brasil. Índice de Sustentabilidade Empresarial (ISE B3). Disponível em: https://www.b3.com.br/pt_br/market-data-e-indices/indices/indices-de-sustentabilidade/indice-de-sustentabilidade-empresarial-ise.htm. Acesso em: 18 de dezembro de 2021.

BRASIL. Bolsa de Valores do Brasil. Metodologia do índice de sustentabilidade empresarial (ISE B3). Disponível em: https://iseb3-site.s3.amazonaws.com/ISE-Metodologia-pt-br_vf.pdf. Acesso em: 21 de dezembro de 2021.

BRASIL. Código Civil Brasileiro. Lei n. 10.406, de 10 de janeiro de 2002.

BRASIL. Comissão de Valores Mobiliários. Instrução CVM 461. Disponível em: http://conteudo.cvm.gov.br/legislacao/instrucoes/inst461.html. Acesso em: 16 de dezembro de 2021.

BRASIL. INMETRO. O que significa a ABNT NBR ISO 9001 para quem compra?. Disponível em: http://www.inmetro.gov.br/qualidade/pdf/cb25docorient.pdf. Acesso em: 18 de dezembro de 2021.

BRASIL. Lei das Sociedades Anônimas. Lei n. 6.404, de 15 de dezembro de 1976.

CAMILO JUNIOR, Ruy Pereira. Direito societário e regulação econômica. Barueri, SP: Manole, 2018.

CHEVALLIER, Jaques. O estado pós-moderno. Tradução de Marçal Justen Filho. Belo Horizonte: Editora Fórum, 2009.

COASE, Richard. The Problem of Social Cost. The Journal of Law and Economics, v. 3, Octuber, 1960.

COGLIANESE, Cary; MENDELSON, Evan. Meta-Regulation and Self-Regulation. Oxford Handbook of Regulation. September, 2010.

FREEMAN, Jody. Private Parties, Public Functions And The New Administrative Law. Administrative Law Review, v. 52, nº 3, Summer 2000. Disponível em: https://www.jstor.org/stable/40711903?seq=1&cid=pdf-reference#references_tab_contents. Acesso em: 5 de setembro de 2021.

GUERRA, Sérgio. Regulação estatal sob a ótica da organização administrativa brasileira. In: GUERRA, Sérgio (Org.). Regulação no Brasil: uma visão multidisciplinar. 1. ed. Rio de Janeiro: Editora FGV, 2014.

IBGC - Instituto Brasileiro de Governança Corporativa. Relatório Anual 2021. Disponível em: https://www.ibgc.org.br/metrica. Acesso em: 18 de dezembro de 2021.

IDEC – Instituto Brasileiro de Defesa do Consumidor. Greenwashing. Disponível em: https://idec.org.br/greenwashing. Acesso em: 14 de novembro de 2021.

INTERNATIONAL ORGANIZATION OF SECURITIES COMMISSIONS. Annual Report 2020. Disponível em: https://www.iosco.org/about/?subsection=about_iosco. Acesso em: 30 de agosto de 2021.

INTERNATIONAL ORGANIZATION OF SECURITIES COMMISSIONS. Annual Report 2020. Disponível em: https://www.iosco.org/about/?subsection=membership&memid=1. Acesso em: 30 de agosto de 2021.

LIMA JÚNIOR, João Manoel de; SILVA, Gabriela Borges. Financial Market Self-Regulation in Brazil: Legal Disruption Between Market, Law And Politics. Revista Brasileira de Estudos Jurídicos, v. 15, n. 1, jan./abr., 2020.

MARSH, Alastair. Quase 60% de ativos de fundos mútuos serão ESG até 2025, diz PwC. Exame. Disponível em: https://invest.exame.com/esg/quase-60-de-ativos-de-fundos-mutuos-serao-esg-ate-2025-diz-pwc. Acesso em: 30 de agosto de 2021.

MEDAUAR, Odete. O Direito Administrativo em Evolução. 2. rev., atual. e ampl. São Paulo: Editora Revista dos Tribunais, 2016.

MOREIRA, Egon Bockmann. Qual é o futuro do direito da regulação no Brasil. In: SUNDFELD, Carlos Ari (Coord.). Direito da regulação e políticas públicas. São Paulo: Malheiros, 2014.

OGUS, Anthony. Rethinking Self-Regulation. Oxford Journal of Legal Studies, v. 15, nº. 1, Spring, 1995. Disponível em https://www.jstor.org/stable/764582. Acesso em: 20 de julho de 2021.

PEREIRA, Luiz Carlos Bresser. 1934 A Reforma do estado dos anos 90: lógica e mecanismos de controle. Cadernos MARE da reforma do estado. v. 1. Brasília: Ministério da Administração Federal e Reforma do Estado, 1997. 58 p.

PRICEWATERHOUSECOOPERS BRASIL. Home. Disponível em: https://www.pwc.com.br/. Acesso em: 18 de agosto de 2021.

RAUSTIALA, Kal. The architecture of international cooperation: Transgovernmental networks and the future of international law. Va. J. Int'l L., 43, 1, 2002. Disponível em: http://ssrn.com/abstract_id=333381. Acesso em: 25 de setembro de 2021.

REINO UNIDO. Health and Safety Executive. Robens report. Disponível em: https://www.hse.gov.uk/aboutus/40/robens-report.htm. Acesso em: 19 de setembro de 2021.

S&P DOWN JONES INDICES. Dados ESG para entender o complexo. Disponível em: https://www.spglobal.com/spdji/en/campaign/esg-pt/?npclid=Cj0KCQiA2ZCOBhDiARIsAMRfv9JMvjw1xb4oif5jveZSXk0XpX2_sNWq6XRmbHITVw2AuVdF8kMDFNQaAlsTEALw_wcB&utm_source=google&utm_medium=next_gen&utm_term=%C3%ADndice%20de%20sustentabilidade%20dow%20jones&utm_campaign=paid_campaign&utm_content=latam_esg_portuguese_&gclid=Cj0KCQiA2ZCOBhDiARIsAMRfv9JMvjw1xb4oif5jveZSXk0XpX2_sNWq6XRmbHITVw2AuVdF8kMDFNQaAlsTEALw_wcB. Acesso em: 23 de dezembro de 2021.

SALAMON, Lester M. The Tools of Government: A guide to the new governance, 2002.

SANTANDER. Santander é reconhecido como o banco mais sustentável do mundo pelo Índice Dow Jones de Sustentabilidade de 2019. Disponível em: https://www.santander.com.br/sustentabilidade/noticias/santander-sustentavel-mundo-dow-jones. Acesso em: 18 de dezembro.

TEIXEIRA, Lúcio; DUTRA, Leonardo. Como as novas métricas do WEF-IBC podem aumentar o foco no valor de longo prazo?. Disponível em: https://www.ey.com/pt_br/sustainable-impact-hub/como-as-novas-metricas-do-wef-ibc-podem--aumentar-o-foco-no--val. Acesso em: 27 de novembro de 2021.

THE CENTRAL BANKS AND SUPERVISORS NETWORK FOR GREENING THE FINANCIAL SYSTEM. Origin and Purpose. Disponível em: https://www.ngfs.net/en. Acesso em: 26 de setembro de 2021.

THE GLOBAL COMPACT. Who Cares Wins. SCRIBD. Disponível em: https://pt.scribd.com/fullscreen/16876740?access_key=key-16pe23pd759qalbnx2pv. Acesso em: 22 de outubro de 2021.

VAN LOO, Rory. The New Gatekeepers: Private Firms as Public Enforcers, December 4, 2019. 106 Virginia Law Review 467, 2020.




DOI: http://dx.doi.org/10.26668/IndexLawJournals/2526-0235/2022.v8i1.8742

Apontamentos

  • Não há apontamentos.


Revista Brasileira de Direito Empresarial, Florianópolis, e-ISSN: 2526-0235

Licença Creative Commons
Este obra está licenciado com uma Licença Creative Commons Atribuição-NãoComercial 4.0 Internacional.